Ensino Fundamental

A partir do 1º ano, a classe é composta por alunos da mesma faixa etária. A criança vai ao longo de cada ano, experimentando sensações e tendo vivências ligadas principalmente à sua idade. Essa classe continuará junto ao longo de todo o ensino fundamental, e, com ela, o seu professor de classe, adulto de referência dentro da escola para a criança. A vivência comum, as tarefas, o esforço coletivo do 1º até o último ano forjam uma grande família ao redor deste professor tão especial.

A convivência com a pluralidade é uma característica de uma sala de aula Waldorf. Nela, cada criança tem a chance de expressar-se e ser ela mesma e, ao mesmo tempo, vivenciar a riqueza e a beleza de poder ser diferente e fraterna.

O professor expõe as matérias com suas próprias palavras, os alunos fazem seus próprios livros com ilustrações e matérias dadas. A surpresa, a admiração, o prazer da descoberta, o planejamento, a improvisação, a ciência e a arte estão constantemente ligadas.

No 2º setênio (dos 7 aos 14 anos), a criança precisa sentir muito forte dentro de si que o mundo é belo e que vale a pena fazer parte dele. A autoridade natural é baseada no amor – mãos firmes, mas carinhosas, liberdade que orienta! A criança faz o que o professor diz porque o ama e o respeita profundamente. Ao final do segundo setênio, a criança começa lentamente a adentrar os mistérios e as possibilidades do 3º setênio (dos 14 aos 21 anos), no qual o jovem se abre para a vivência de que o mundo é verdadeiro. A autoridade se baseia cada vez mais nas qualidades pessoais (o aluno obedece ao professor admirado e respeitado), num crescente de liberdade e responsabilidade.

“A Pedagogia Waldorf é uma pedagogia essencialmente do fazer, nada deveria ser dado diretamente para a cabeça de uma criança. Para adquirir conhecimento, nós estudamos, ele já existe. Habilidades é que nós precisamos treinar. Então esta é uma pedagogia que tudo o que vai chegar para a criança passa primeiro por suas mão, das mãos pelo coração, porque ela se vincula afetivamente com aquilo que está fazendo, e, só então, chegará na cabeça. Então, se a criança vai estudar um conteúdo de matemática, medindo todas as possibilidades, construindo suas próprias réguas, construindo seus aparelhos de medição com as próprias mãos, ela se vincula afetivamente com essa tarefa, e assim ela aprende, ela desperta para este conhecimento de verdade. No futuro, ela poderá fazer o caminho inverso e aquela ideia que se tornou um ideal, poderá ser permeada pelo calor anímico, pelo calor do amor, e ir para uma ação amorosa no mundo. Portanto, na Pedagogia Waldorf, a criança durante o período escolar recebe algo que passou pelas suas mãos, viveu no coração e chegou à consciência, pra  assim que ela se tornar apta a se colocar no mundo.”

Eduardo Américo, professor de sala